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Coimbra. Urbanismo e qualidade de vida

 

Sérgio Infante

13-Mar-2014

 

 

 

O ambiente urbano em que se vive nomeadamente no que respeita à qualidade das edificações, ao tráfego, à localização de atividades e qualidade dos espaços públicos conta-se seguramente entre os fatores que mais condicionam a vida de todos nós enquanto utentes e habitantes duma cidade.

 

O cabeço onde nasceu Coimbra ainda hoje se reconhece perfeitamente.

 

De escarpa abrupta a norte, sul e nascente, abre-se numa continuidade urbana mais fácil a poente. A construção dos edifícios universitários no Estado Novo, de leitura evidente pela ruptura de escala que motivaram, dividiu o morro em duas metades bem distintas, segundo um eixo sensivelmente norte-sul.

 

A estrutura urbana da metade poente, de malha cerrada e traçado sinuoso, bem adaptada à encosta, característica das cidades de raiz medieval, está em grande parte preservada. É depois continuada na zona baixa, que se estende praticamente de nível até ao rio, numa sequência espacial ainda muito coerente, apesar da demolição sistemática de edifícios antigos e construção de novos, mas sem grande respeito pela escala humana e integração arquitectónica que a cidade merece. Feita de um encadeado de espaços diversificados, com pontos de vista constantemente renovados. O seu tecido antigo envolve-nos sem nos esmagar.

 

Independentemente dos seus monumentos representativos da sua identidade, e que são muitos e de grande valor histórico e artístico, é todo o conjunto urbano que merece contemplação e respeito.

 

A boa escala humana que ainda encontramos foi moldada ao longo do tempo pelo peão, para um uso principalmente habitacional e para o pequeno comércio e serviços.  

 

Numa situação de construção em encosta a articulação e sobreposição de volumes atinge valores espetaculares.

 

As coberturas dos edifícios uma vez que modelam de uma forma decisiva a paisagem urbana, e que são visíveis dos múltiplos pontos altos que a implantação da cidade em colina proporciona, devem ser entendidos como uma quinta fachada, tão importante para a cidade como são as fachadas dadas a ver ao nível da rua.

 

 

 

FIM

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propriedade e liberdade